Maputo acolheu Fórum de cooperação industrial Moçambique-Coreia do Sul

Por iniciativa da Agência Sul-Coreana de Promoção do Comércio e Investimento (KOTRA), um fórum para promoção do aumento da cooperação industrial, em particular na área da energia, entre Moçambique e a Coreia do Sul teve lugar em Maputo, a 2 de Julho último, em Maputo.
San Jin Lee, director-geral da Cooperação para o Comércio do Ministério do Comércio, Indústria e Energia da Coreia do Sul lembrou  que a mútua compreensão entre Moçambique e a Coreia do Sul teve início  em 1993 e foi consolidada em 2013 com a abertura da primeira embaixada sul-coreana em Moçambique. O embaixador da Coreia do Sul em Moçambique, Hee Yoon Kang, por seu turno, encorajou Moçambique a aprender com a história económica da Coreia do Sul para um emparceiramento igualitário.
Omar Mithá, vice-ministro da Indústria e Comércio do Governo de Moçambique  assinalou a importância da confiança recíproca para assegurar a estratégia que apelidou de “win–win”. Hoje, Moçambique procura a diversificação sectorial e desenvolvimento económico inclusivo pelas suas vantagens comparativas e incentivos ao investimento. Nuno Maposse, coordenador de Marketing e de Serviços de Informação do Centro de Promoção de Investimentos (CPI) explicou que, em 2014, o investimento aprovado em Moçambique alcançou 7,485 biliões de dólares face a  um total de  23 biliões registados entre 2010 e 2014. Note-se que entre 2011 e 2014 a Coreia do Sul aumentou o seu investimento em Moçambique de  500 mil  para três milhões e meio de dólares.
O sector de petróleo e gás pode tornar-se numa  área de cooperação interessante. Segundo Tavares Martinho, administrador da área  da pesquisa e produção da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), a bacia do Rovuma (170 TCF de gás natural) e  o centro de petróleo e gás de Pemba necessitam de serviços para os transportes marítimos de gas natural liqüefeito (GNL),  de carga, de serviços industriais, de infra-estruturas, de construção e de outros serviços gerais. Joaquim Ou-Chim, diretor de electrificação e de projectos da Empresa de Eletricidade de Moçambique (EDM), lembrou que o gás natural deve contribuir com 42 por cento para a produção nacional de energia até ao ano de 2020. Devido ao aumento da procura de electricidade é necessário expandir as infra-estruturas de geração e de transmissão, carecendo  o sector de um investimento de  mais de  quatro biliões de dólares nos próximos cinco anos. De acordo com Silvestre Elias, director de manutenção na Administração  Nacional de Estradas (ANE), o sector também constitui uma área de cooperação industrial estratégica que necessita de medidas urgentes nas áreas da  reabilitação e da pavimentação, cujo  programa de investimento para o período de 2014-2017 priorizou projetos para 17 estradas, numa extensão total de 4 210 quilómetros.
Do lado coreano, Jae Jeong Moon, representante do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento Económica (EDCF), informou que em 2014 o investimento da sua organização  em Moçambique foi  de  439,9 milhões de dólares em  projetos de diferentes sectores, como energia, tecnologias de informação e comunicação, transporte, educação, água e administração pública. Por sua vez, a Agência de Cooperação Internacional da Coreia (KOICA), representada por Hee Seok Ko, mantém-se ativa nas áreas da agricultura, educação e infra-estruturas, desenvolvendo  projectos avaliados  num total de  30 milhões de dólares.
No seu discurso de encerramento, Rogério Manuel, presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), lembrou  que o  fórum de cooperação industrial em Moçambique foi o segundo evento para o qual é recebida uma delegação de empresários sul-coreanos  em menos de dois anos.