Fórum do Sector Privado analisa ofertas do BID
O Fórum do Sector Privado, organizado em conjunto por Islamic Corporation for the Development of the Private Sector (ICD) e por African Union Commission (AUC), teve lugar na passada segunda-feira, 8 de Junho, no âmbito da reunião anual do Banco Islâmico de Desenvolvimento (BID), que decorre de 8 a 11 do corrente mês, em Maputo. Na sua intervenção, Rogério Manuel, presidente da CTA, lembrou que Moçambique aderiu ao BID em 1995 e, desde então, recebeu 300 milhões de dólares americanos para investimento com efeito multiplicador. Moçambique, que apresenta uma taxa de crescimento de 7,5 por cento em 2015, está nos seus melhores momentos.
Para Anthony Maruping, comissário para os assuntos económicos da AUC, o sector privado africano representa o motor do desenvolvimento económico e social do continente e gera 70 por cento dos rendimentos, igual percentagem nos investimentos e 90 por cento do emprego. Representado, principalmente, por micros, pequenas e médias empresas (MPMEs) e empresas informais, o sector privado enfrenta o seu problema maior quando se depara com as taxas de juros cobrados pelos bancos comerciais.
Khaled Al-Aboodi, director da ICD, considera, por seu turno, que Moçambique constitui uma ponte entre o financiamento convencional e o feito pelo BID, garantindo que a sua organização vai estabelecer parcerias com outros bancos para apoiar o desenvolvimento das MPMEs.
O vice-ministro da Indústria e Comércio de Moçambique, Omar Mithá, declarou, por sua vez, que o cenário económico actual reflecte a divisão internacional do trabalho e a dicotomia Norte/Sul, havendo, no entanto, uma mudança de paradigma, opinou.
Vários temas foram abordados durante o fórum tais como o desenvolvimento do sector privado em África, as apresentações das entidades do grupo BID e dos seus produtos e serviços, as apresentações das oportunidades de investimento em Moçambique, a criação de mais e melhores empregos em Moçambique e a atualização do plano empresarial do grupo do BID para a região da África sub-sahariana.
Farid Masmoudi, director comercial e de parcerias da ICD, lembrou que os quatro pilares da ICD assentam no despertar da atenção sobre os financiamentos islâmicos, no apoio às instituições públicas e privadas para a transformação necessária para receberem fundos islâmicos, na canalização de fundos através de instituições e no fornecimento de capital directo aos diversos projectos.
A ICD, afiliada do BID, é uma instituição financeira multilateral internacional criada para o desenvolvimento dos seus países membros, através da prestação serviços de financiamento ao investimento no sector privado.
Os seus principais produtos de investimento passam pela participação em investimento através do capital social ou da participação nos lucros com declínio de participação, pelo financiamento de longo prazo, tais como leasing ou vendas a prazo, tais como leasing ou vendas a prazo ou pelo ”quase-capital”, sob a forma de financiamento de curto prazo convertível em acções pertencentes a alguma fase da vida do projecto.
Os critérios de elegibilidade limitam a participação aos países membros da ICD, a todos os setores, excepto os do lazer e da defesa e os clientes devem operar num país membro da ICD.
Mais informações: www.icd-idb.org